Bandeira da China em frente ao antigo escrit?rio do Google em Pequim
Pesquisadores da academia militar chinesa acusaram os Estados Unidos nesta sexta-feira (3) de iniciar uma “guerra na internet”. Os estudiosos, em um artigo no jornal estatal “China Youth Daily Journal”, argumentaram que as autoridades americanas foram responsáveis pela queda de governos de vários países (inclusive dos recentes levantes árabes, cuja parte da mobilização se deu por meio de rede sociais) e que os Estados Unidos redirecionam atenções a China sobre supostos ataques feitos no Ocidente. As informações são da agência AP.
As acusações do órgão militar chinês vieram após o Google ter detectado um ataque a seu serviço de e-mail (o Gmail) supostamente vindo da China. A gigante das buscas disse que a senha de centenas de pessoas, inclundo membros do governo e ativistas políticos, foram hackeadas.
De acordo com os analistas de segurança do Google, o ataque às contas do Gmail veio de computadores da cidade de Jinan – uma das sedes do comando militar chinês e suposta origem de outro ataque ao Google há mais de um ano. Ambas as tentativas, tanto a antiga como esta mais nova do Gmail, foram negadas pelo governo chinês.
Os especialistas do órgão militar chinês, que acusaram os Estados Unidos, não citaram diretamente o Google, mas disseram que recentemente eles detectaram ataques a governos árabes que, supostamente, foram feitos dos Estados Unidos.
“Recentemente, um tornado atravessou a rede de forma massiva, impactando e chocando o globo. E por trás de tudo isso que aconteceu está a sombra dos Estados Unidos”, escreveram Ye Zheng e Zhano Baoxian, estudiosos da Academia Militar de Ciências da China, em um artigo no jornal “China Youth Daily Journal”.
“Com base neste ‘aquecimento’ para uma guerra na internet, todas as nações e exércitos não podem ficar passivas e se parar para uma guerra pela rede”, continua o artigo.
Enquanto a guerra nuclear era uma estratégia utilizada na era industrial, a guerra pela internet é produto da era da informação. Esses conflitos, explica o artigo, serão altamente destrutivos, ameaçando a segurança nacional e até a própria existência do Estado.